Mais que um lar: número de adoções cresce e histórias emocionam famílias em todo o país

Nos últimos meses, o Brasil tem registrado um aumento significativo no número de adoções formalizadas, trazendo esperança para milhares de crianças e adolescentes que vivem em instituições de acolhimento. Segundo dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), mais de 6 mil crianças estão atualmente aptas à adoção, e o número de pretendentes habilitados já ultrapassa os 33 mil.

Apesar da aparente discrepância, especialistas explicam que a maioria das famílias ainda busca perfis específicos — bebês, crianças de até dois anos e sem irmãos — o que torna o processo mais demorado para grupos de irmãos, crianças mais velhas ou com alguma necessidade especial.

Histórias como a de Carla e Márcio, um casal de Cuiabá (MT), mostram que o amor supera qualquer estatística. Após três anos na fila de adoção, eles adotaram as irmãs Ana (9) e Beatriz (7). “A gente se preparou para receber um bebê, mas o coração falou mais alto. Hoje, nossas filhas nos ensinam o verdadeiro sentido de família”, diz Carla, emocionada.

Campanhas de conscientização têm sido essenciais para mudar a visão sobre a adoção tardia. Em várias cidades, varas da infância e juventude têm promovido eventos como a “Semana da Adoção” com rodas de conversa, depoimentos de famílias e encontros com psicólogos, para mostrar que vínculo afetivo se constrói com convivência, respeito e afeto, independentemente da idade.

“Adotar é mais do que um ato jurídico. É um ato de amor, de compromisso e de construção mútua”, afirma a juíza Fabiana Rezende, da Vara da Infância em Campinas (SP).

Com políticas públicas mais humanizadas, apoio psicológico contínuo e campanhas de incentivo, o Brasil caminha para um futuro onde mais crianças possam crescer em lares cheios de afeto e pertencimento.

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